Filme americano



O filme encabeçado pelo ator Matt Damon, intitulado no Brasil de “O Bom Pastor”, retrata os bastidores da Central of Intelligence Agency, conhecida simplesmente como “C.I.A.”, tida por muitos como o serviço de inteligência americano, mas que, na realidade, não passa de uma entidade subversiva ianque, criada no governo Harry S. Truman, em 1947 (Fonte Wikipédia) inicialmente para satisfazer uma necessidade estratégica devido ao início da Guerra Fria e o avanço do comunismo, mas que hoje sobrevive plantando mentiras, e em cima dessas mentiras, inflama a população do país tido como alvo, contra seu governo, isso tudo com o objetivo de criar condições que facilitem a entrada americana naquele país.

No filme, o agente Edward Bell Wilson, vivido por Damon, é recrutado para participar da sociedade secreta Skull and Bones, uma fraternidade voltada para desenvolver futuros líderes mundiais. Posteriormente, Edward é selecionado para integrar o Escritório de Serviços Estratégicos (OSS), durante a 2ª Guerra Mundial e neste período Edward e seus companheiros trabalham na criação da CIA. Em uma das cenas do filme, Edward pergunta a seu superior, General Bill Sulivan, como a organização trabalha, quando este lhe responde: plantamos mentiras.

Sabemos que a ficção nem sempre é um retrato fiel da realidade, mas nesse caso é sim.

Plantar inverdades é uma das táticas de dominação mais antigas utilizadas por golpistas no mundo. Ela pôde ser vista em vários momentos do último século e começo do atual.

Muitos governos já se utilizaram desse instrumento para resolverem dificuldades com a massa dominada, mas o diferencial americano é que eles criaram um órgão governamental para fomentar esta postura de ataque e dominação. Este órgão é a CIA.

A CIA atuou, por exemplo, na Guatemala, entre 1951 e 1954, mais precisamente no governo do então presidente, posteriormente deposto, Jacobo Arbenz Guzmán. Essa estratégia foi utilizada para garantir os interesses da empresa americana United Fruit Company naquele país, interesses esses ameaçados pela reforma agrária proposta por Arbens.

Tal investida culminou com o golpe militar guatemalteco e foi relatado por muitos dos que viveram aqueles tempos, inclusive, por um personagem bem conhecido do mundo, o médico-guerrilheiro e argentino Che Guevara, que relatava tudo a sua mãe por meio de cartas.

No Brasil, durante o governo João Goulart, 1961 a 1964, diante do Plano Trienal proposto por Jango, que trazia em sua essência a reforma agrária, mais uma vê, a CIA , plantou mentiras para o povo brasileiro colhê-las.

Em 1964 houve um movimento de reação, por parte de setores conservadores da sociedade brasileira - notadamente as Forças Armadas, a sociedade civil e o alto clero da Igreja Católica, apoiados fortemente pela potência dominante da época, os Estados Unidos da América - ao temor de que o Brasil viria a se transformar em uma ditadura socialista similar à praticada em Cuba, após a falha do Plano Trienal do governo de João Goulart de estabilizar a economia, seguido da acentuação do discurso de medidas vistas como comunistas na época, as quais incluíam a reforma agrária e a reforma urbana. Na época, falar em pobreza, distribuição de renda e saúde significava ser tachado de comunista, mesmo quando não fosse o caso.
Apoiado por uma imprensa suja e comprometida com os interesses estrangeiros, a CIA inflamou o povo contra Jango e causou sua derrubada. Jogado ao exílio no Uruguai. Jango nunca recebeu autorização para voltar ao Brasil e naquele país morreu.

Antes disso, com o desenvolvimento proposto por Getúlio Vargas ao Brasil, que incluiu a Consolidação das Leis do Trabalho, a criação da Carteira do Trabalhador, da Vale do Rio Doce e da Petrobrás, dentre muitas ações, a CIA utilizando-se de um jornalista também deputado falastrão e venal, chamado Carlos Lacerda, espalhou várias mentiras golpistas que transformaram o Brasil num verdadeiro campo de guerra e culminaram com o suicídio do presidente brasileiro em 1954.

O mesmo Carlos Lacerda participou ainda de nova tentativa de golpe de estado, agora em 1955, quando uniu-se aos militares e à direita udenista para impedir a eleição e a posse do presidente eleito Juscelino Kubitschek e de seu vice-presidente, João Goulart.

As manobras golpistas começaram já no período eleitoral, quando ocorreu o episódio da Carta Brandi, uma notícia falsa plantada pelos opositores no jornal de Lacerda, envolvendo João Goulart num pretenso contrabando de armas da Argentina para o Brasil. (Fonte Wikipédia)

Num momento mais recente e apoiado pela comoção causada pelo 11 de setembro, que vale esclarecer, há uma corrente dentro dos Estados Unidos da América, que defende que este foi causado pelos próprios americanos, a CIA focou o Iraque e suas imensas reservas de petróleo. A tática era a mesma, a mentira. O diferencial, no entanto, era que dessa vez esta deveria ser disseminada na mídia internacional, sustentando ser Saddam Hussein financiador da Al Qaeda e possuidor de armas de destruição em massa, que estavam escondidas e que deveriam ser destruídas com urgência. O objetivo era convencer a opinião pública internacional de que se tratava da defesa da ideologia democrática e com isso angariar parceiros na investida contra aquele país e seu “ditador”.

Sabe-se hoje, que os objetivos não eram a implantação da democracia nem a liberdade do povo iraquiano, mas o petróleo daquele país. Nunca existiram tais armas, nem vestígios delas foram encontrados.

Além das intervenções mais recentes, a CIA ainda é responsabilizada em outras tantas pelo mundo afora.

• A deposição do Dr. Mohammad Mossadegh, Primeiro Ministro do Irã e o golpe de Estado que leva o Xá ao poder em 1953.
• Financiamento dos opositores ao regime de Salvador Allende, favorecendo o golpe militar de 11 de setembro de 1973 no Chile que resultou na Ditadura do General Augusto Pinochet, posteriormente processado por Crimes contra a Humanidade, bem como outros golpes de estado na América Latina.
• Financiamento dos contras da Nicarágua inclusive utilizando dinheiro vindo do tráfico de cocaína.
• Ações anti-soviéticas no Afeganistão, tendo armado os Talibãs e treinado Osama Bin Laden).
• Assassinato de líderes políticos e militantes de esquerda como foi o caso de Che Guevara
• Tentativas variadsa de assassinato do líder cubano Fidel Castro;
• Tortura de inocentes que a CIA rotulou como terroristas da Al Qaeda e cujas acusações foram posteriormente verificadas como falsas.
• Criação de bases secretas no Leste Europeu, no Oriente Médio e África para tortura e desaparecimento de prisioneiros de guerra em contravenção as Leis Internacionais
• Criação de uma rede de voos clandestinos para o transporte para locais de tortura de vários indivíduos que a CIA acusava de terroristas
• Recente revelações de que a CIA omitiu do Congresso e Senado Americanos informações sobre a criação de um programa de assassinatos vigilantes a serem executados em qualquer país e sem qualquer verificação legal de tais atividades ou da inteligência envolvida em tais execuções;
O estranho nisso tudo é sabermos que as mentiras continuam a ser plantadas e disseminadas aos quatro cantos e que muitos continuam como se tivessem vendas nos olhos.

O engraçado é que nós brasileiros, não nos importamos em mantermos uma parceria de décadas com um país tão perigoso quanto os Estados Unidos da América, que vivem como se fosse um lobo faminto a espreita de sua presa por trás de um arbusto, mas questionamos diariamente e incansavelmente nossas relações comerciais com o Irã, a China, Venezuela, Bolívia, Cuba que muitas das vezes nos fazem o favor de comprar nossos produtos, sem que para isso comprometam nossa soberania.

A história não mente. Talvez a gente possa ler a mesma história sobre pontos de vista diferentes, mas não ela só acontece de um único jeito.

Precisamos nos sujeitar a viver uma intensa leitura e releitura dos fatos do passado para sabermos com quem estamos dormindo e evitarmos de amanhecermos conquistados e escravizados.

E VOCÊ PENSA QUE É FILME AMERICANO, ledo engano!

Onofre

Stand By Me - playing for change

No matter how much money you got...



Por favor: Não importa quanto dinheiro você conseguiu...

Carta testamento de Getúlio Vargas

Ontem assisti a um documentário sobre a morte do ex-presidente brasileiro Getúlio Vargas.
Fiquei ao mesmo tempo comovido e orgulhoso.Coisa rara nos dias de hj homens como Getúlio.
Sua morte é mais uma das investidas dos ianques alicerçada pela nossa "Imprensa Livre".

O tempo passa, o tempo voa e os canalhas são sempre os mesmos. Imprensa livre.


Abaixo segue carta testamento deixada por Getúlio Vargas, o maior estadista brasileiro.

Mais uma vez, a forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
   
 Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.

    Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.

    Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.

    Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão.

    E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História." (Rio de Janeiro, 23/08/54 - Getúlio Vargas)