Eu já falei a vcs sobre Nahit?

Esse é o Nahit.

Conhecemos Nahit em seu local de trabalho. Era garçom em um restaurante Belga no centro de Paris. Naquela tarde, em que nos servia o almoço conquistou a todos na mesa com sua simpatia e atenção. 

Falava que estava na França por ordem de seu pai, uma vez que não havia como se sustentar com dignidade em Bangladesh, sua terra natal. Disse ainda, que se dependesse dele estaria lá junto dos seus, mesmo com toda dificuldade. Sentia falta de seu povo. De suas raízes.

Disse ainda que precisava vencer, por que muita gente dependia dele. Muitos contavam com ele.

Saí daquele restaurante, certo de que tinha uma vida muito legal, no Brasil, perto dos meus e que talvez agradecesse pouco por isso.

Naquela tarde, agradeci muito a Deus pela oportunidade que tenho, de, na hora que eu quiser, poder dar um cheiro em minha mãe, mulher e filha, abraçar meu pai, passar horas conversando com meu irmão e amigos sobre as mais variadas bobagens. Nahit não. Ele tem muita gente que depende do seu sucesso.

Desde aquele dia, Nahit, que talvez nunca mais tenha a oportunidade de ver de novo, não sai das minhas orações.